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10 grandes erros dos pais na educação dos filhos

Momento reflexão e auto-avaliação sobre nossas atitudes como mães e pais.

 
A querida Ju do Just Real Moms fez um breve resumo do livro da psicóloga Fernanda D. Spengler, especialista em comportamento infantil chamado “10 erros dos pais na educação disciplinar dos filhos”.

 
Como são dicas ótimas e realmente importantes, quisemos replicar aqui para serem implementadas e sempre lembradas, ainda mais naqueles dias estressantes quando estamos com o pavio curto. Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!

 

 
 
Erro 1 – Não conseguir comunicar-se assertivamente com seus filhos

 
Comunicação assertiva é o uso de palavras, imagens, linguagem corporal e tom de voz que podem criar/fortalecer uma ponte de empatia com seu filho. Para isso, você tem que ter conexão com a criança.

 
Para criar uma conexão com seu filho você precisa falar com ele usando palavras amáveis e gentis; ser atencioso e paciente e usar um tom de voz amoroso e respeitoso.

 
– Se eles estão com medo, você precisa ser acolhedor.
– Se eles estão animados, você precisa estar interessado.
– Se eles estão com raiva, você precisa ser paciente.
– Se eles estão agitados, você precisa conectar-se a eles de forma calma.
– Se eles estão com acesso intenso de raiva, você precisa ter paciência extra, porém firmeza.

 
Quando você bloqueia um comportamento inadequado com palavras rudes, gritos ou raiva, você não terá nenhum resultado positivo a longo prazo e provavelmente provocará um impacto emocional desagradável. Quando você questiona a criança sobre as razões do comportamento e a corrige de forma amável e consistente, estará criando uma consciência comportamental no seu filho e um projeto de cooperação e harmonia.

 
 
Erro 2 – Repreender comportamentos usando o “não”

 
Inicialmente precisamos compreender o que é o NÃO e seu significado na educação dos filhos. Sabemos que algums pais usam com frequência excessiva essa palavra, sem reflexão, apenas pelo impulso, pela tentativa de evitar ou cessar o comportamento inadequado.

 
Existem situações em que acabamos negando algo para não ter que investir energia, tempo e emoção na resolução de um problema ou participar de um momento com as crianças.

 
Devemos usar o NÃO de uma forma eficaz, para quando precisar ser usado, cause maior efeito e seja levado a sério. Exemplo: A criança pede um doce perto do horário do jantar. Todos sabemos a resposta padrão: “Não! Agora não é hora”. E justamente não é um momento adequado, pois irá alterar o apetite e não se alimentará de forma satisfatória. Porém, como achar o equilíbrio? Tente inverter a lógica. Em vez de podar o pedido do seu filho, mostre a ele que você compreende o que ele quer e que talvez você também passe/passou por isso. “Ah, voce gostaria de um doce? Ás vezes eu também tenho vontade de comer doces. Vamos jantar e depois comemos juntos”.

 
Esse método envolve paciência e persistência.

 

 
 
Erro 3 – Não disponibilizar tempo para momentos em família

 
Os momentos entre pais e filhos são uma ótima maneira de construir a fundação para uma família cooperativa e feliz! A intenção principal dos momentos em família é a conexão entre os membros, apresentando ideias, negociando tarefas, levantando os problemas e sugerindo hipóteses de solução.

 
Preocupe-se em estar totalmente disponível no momento que estiver com seus filhos, deixando pensamentos do trabalho, internet e celular de lado. Foque sua energia na construção do vínculo com sua família.

 
 
Erro 4 – Agir impulsivamente, depois refletir

 
Precisamos desenvolver o hábito de perguntar a nós mesmos: “Por que meu filho se comporta assim?”. Ir em busca da compreenção do contexto. Quanto mais nos preocuparmos com essa questão, estaremos mais perto de resolver comportamentos desafiadores.

 
Frequentemente, os comportamentos inadequados não estão intimamente ligados ao momento exato em que ocorrem, podem ser respostas de dificuldades emocionais, angústias, medos e construções equivocadas da realidade. Portanto, tente manter a calma e não ser impulsivo, talvez seu filhos estejam tentando lhe passar uma mensagem que você não está conseguindo captar!

 
Temos a tendência de querer encontrar logo uma solução, acalmar a criança e só depois refletir sobre o comportamento dela – e o nosso. Na maioria das vezes ficamos aprisionados às palavras, à postura e ao tom de voz.

 

 
 
Erro 5 – Ignorar a raiz do problema

 
Tentar corrigir o comportamento com a imposição de regras, punições, ameaças e recompensas é como maquiar a ponta do iceberg. A maior parte dele ainda está por ser resolvida e com certeza os comportamentos inadequados vão reaparecer (às vezes, multiplicados!). Somente abordando a raiz do problema, você terá efeitos significativos e terá a capacidade de fazê-los mudar o padrão de comportamento desafiador.

 
Sempre que percebemos uma mudança de comportamento, seja ela mínima, precisamos parar e avaliar: Onde pode estar a raiz do problema?

 
 
Erro 6 – Usar punição para o mau comportamento

 
Educar, ensinar regras e estabelecer limites através da punição não se trata de um método assertivo e eficaz a longo prazo. A punição pode ser exemplificada com a tentativa de impor limites através de gritos, palavras, posturas agressivas, incentivo ao medo de algum objeto/pessoa/personagem, perda de algum brinquedo ou passeio e o castigo. Se analisarmos nossas tentativas de educar onde a via utilizada é a punição veremos que poucas vezes nosso objetivo foi alcançado, e o comportamento errado voltou a acontecer.

 
Para solucionar o problema os pais devem ter disponibilidade, motivação, afeto e atenção na dose certa, equilibrando responsabilidade e confiança.

 
 
Erro 7 – Dar explicações excessivas sobre os comportamentos errados

 
A criança passou a ser vista como alguém cheia de direitos, mas com poucos deveres e os pais perderam o controle da situação. Passaram a ser “escravos da explicação”: tudo tem que ser explicado, considerado, argumentado.

 
Agora estamos num momento histórico, em busca do equilíbrio perdido. Uma relação harmoniosa, mas sem que se perca o papel de cada um – pai e filho, adulto e criança. Quando uma atitude é inadequada ou queremos que a criança cumpra uma regra é indispensável sim, a explicação e os motivos para a exigência. Mas isso não deve se estender além do momento da conversa.

 

 
 
Erro 8 – Abusar dos elogios (sem correlação com o comportamento)

 
Realmente o elogio é uma das maneiras mais fortes para influenciar e motivar o comportamento. Ele pode ser o ingrediente essencial para melhorar ou piorar um comportamento, se usado indevidamente.

 
Muitas vezes os pais oferecem comentários positivos em abundância para seus filhos e sem relação com o comportamento, assim, o elogio perde sua função incentivadora e de valorização, podendo inclusive prejudicar ou até mesmo reverter o seu potencial positivo sobre o comportamento de uma criança. Ou seja, o elogio precisa ser resultado de um esforço, um caminho percorrido pela criança (mesmo que sejam pequenos passos), mas que tenham algum significado de valorização. Quando usado em excesso, sem critério, elogio para tudo e para todos, sem o envolvimento da criança na tarefa, torna-se vazio.

 
O contrário também é verdadeiro, repense em momentos que você poderia ter refoçado bons comportamentos por meio do elogio e pelo excesso de tarefas ou cansaço cotidiano deixou passar a oportunidade.

 
 
Erro 9 – Ser permissivo e tentar compensar o tempo perdido

 
A vida corrida e o ritmo acelerado de trabalho diminui o tempo dos pais com os filhos nos tempos atuais! Pior do que ter pouco tempo (e disposição depois de um longo dia de trabalho) para dedicar-se aos filhos é ser dominado por um sentimento de culpa, compensação e permissividade. Muitas vezes, os pais preferem ceder, ignorar e relevar situações importantes para evitar conflitos, sem ter que fazer exigências, ensinar regras e limites, estipular respeito e organização.

 
A atitude de compensação mostra para a criança, dentro da sua lógica infantil o quanto ela está no controle da situação e que pode construir suas próprias “regras”. Estamos falando de crianças que em breve irão se tornar adultos, baseados nos valores e atitudes que aprenderam desde cedo.

 
Então, aqui cabe uma reflexão de como é possível reorganizar a rotina, de forma que vocês pais, consigam ter mais motivação para estarem disponíveis verdadeiramente com seus filhos – mesmo que a quantidade de tempo não seja possível de alterar.

 
 
Erro 10 – Eximir seu filho das responsabilidades

 
Queremos ver os filhos crescendo, realizando sonhos, mas ao mesmo tempo, temos o desejo de mantê-los no nosso “ninho”, sempre perto, sempre no “colo”. Para muitos pais, é difícil desapegar-se do “bebê” e deixá-lo crescer. Acabamos muitas vezes demorando para atribuir algumas responsabilidades e tarefas por achá-los ainda pequenos e imaturos.

 
Erramos, tentando acertar. Mas o fato é que ensinar autoestima e responsabilidade precisa começar desde muito cedo. Tanto nas atitudes simples do dia a dia como nas relações com as pessoas envolvendo ética, respeito e humildade. Como já falamos aqui, as crianças aprendem pelo exemplo e pelo espelho das nossas respostas em cada situação.

 
Quando a criança comete algum erro, principalmente que prejudique outra pessoa ou cause transtornos é importante que ela saiba da consequência dos seus atos e tenha responsabilidade sobre eles. Um exemplo simples é o pedido de desculpas. Muitos pais e mães assumem essa atitude no lugar dos filhos. A criança nega-se a desculpar-se e os pais acabam fazendo isso no seu lugar, com outras crianças ou outros adultos. As crianças s precisam saber desde cedo que errar é humano, mas existe responsabilidade sobre os erros. Quando são compreendidas nas suas dificuldades e auxiliadas nas resoluções de forma amigável, tornam-se mais justas, honestas e éticas nas suas relações.

 
 
Sobre a autora
Dra. Fernanda D. Spengler é psicóloga e psicopedagoga clínica especializada no tratamento de transtornos do desenvolvimento infantil, em dificuldades de aprendizagens e em problemas de comportamento, como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), problemas sociais e escolares, medos/angústias excessivos, agressividade e síndromes. Ela também é fundadora do blog Psicoinfantil.

 
 
 
Fonte: Just Real Moms

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